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Entenda por que Israel decidiu atacar o Irã 4k674p

Nos últimos meses, aliados iranianos sofreram derrotas 1h2k32

Escrito por Meon

13 JUN 2025 - 14H11

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Para o governo israelense, esta era uma oportunidade de ouro para deter o desenvolvimento do programa nuclear do país rival com menor risco de retaliação coordenada por Teerã e pelas milícias apoiadas pelo regime no Oriente Médio.

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Nos últimos meses, todos os principais aliados dos iranianos na região sofreram derrotas sucessivas em confrontos com Israel — que contou com o apoio, inclusive militar, das principais potências ocidentais em suas guerras.

Esses aliados eram considerados chave para pressionar Israel e agir como primeira linha de frente na defesa do Irã, mas estão todos nas cordas neste momento.

Aliados do Irã enfraquecem

O Hezbollah, que era a principal força militar não-estatal do Oriente Médio, perdeu sua liderança, milhares de combatentes e boa parte de seu arsenal em bombardeios no sul do Líbano.

Na Síria, a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024 e ataques pesados contra milícias aliadas enfraqueceram completamente a influência do Irã.

Em Gaza e na Cisjordânia, o Hamas e a Jihad Islâmica, apoiados por Teerã, continuam sendo duramente atingidos pela guerra com Israel.

Além disso, importantes lideranças militares iranianas foram assassinadas nos últimos meses.

Entre elas está Mohammad Reza Zahedi, um general de alto escalão da Guarda Revolucionária, morto em Damasco durante um ataque israelense ao consulado iraniano — um episódio que provocou forte indignação em Teerã e levou ao início dos primeiros combates diretos entre os dois países.

Outros comandantes regionais ligados à Força Quds, uma unidade especial da temida Guarda Revolucionária do Irã, também foram mortos em operações de inteligência, enfraquecendo a capacidade de comando e articulação das forças aliadas.

Internamente, o regime iraniano enfrenta crescentes dificuldades.

Problemas internos

A economia segue pressionada por sanções internacionais e a inflação segue em alta, enquanto manifestações populares contra o governo — iniciadas em 2022 após a morte da jovem Mahsa Amini por não estar usando “corretamente” um véu islâmico para cobri os cabelos — continuam acontecendo esporadicamente no país, mesmo com grande repressão.

Israel também conseguiu infiltrar de maneira bem sucedida espiões dentro do regime, como ficou provado com ataques cirúrgicos que levaram à morte algumas das principais figuras militares do país nos ataques desta sexta-feira (13).

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Risco existencial e acordo com os EUA

Para Israel, o risco de o Irã obter uma arma nuclear é uma ameaça existencial ao país.

O temor é que uma bomba nuclear altere completamente o equilíbrio regional e limite drasticamente a capacidade de dissuasão dos israelenses frente a seus inimigos. Israel é o único país da região que possui armas nucleares, embora nunca tenha confirmado isso formalmente.

Apesar das ameaças, no entanto, não há indícios concretos de que o Irã esteja prestes a construir sua bomba atômica.

Pelo contrário. A própria diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, afirmou em março que o Irã não está buscando ativamente construir uma arma nuclear.

“A Comissão Interamericana continua avaliando que o Irã não está construindo uma arma nuclear e o Líder Supremo Khamanei não autorizou o programa de armas nucleares que ele suspendeu em 2003”, disse Gabbard durante uma audiência do Comitê de Inteligência do Senado.

A declaração enfraquece a narrativa de urgência que tenta justificar a ofensiva israelense.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e o Irã estavam negociando um possível novo acordo para limitar o avanço do programa nuclear de Teerã — o que causou uma grande preocupação entre as autoridades israelenses.

Caso seja fechado um novo entendimento nuclear entre Irã, EUA e potências europeias, qualquer ação militar israelense contra instalações nucleares iranianas seria vista como uma violação do consenso internacional, com alto custo político e diplomático.

Por isso, o ataque foi lançado agora: com o Irã enfraquecido e a possibilidade de um novo acordo no horizonte, Israel decidiu que este era o melhor momento para uma ação controversa.

Além dos fatores militares e estratégicos, há também um componente político interno.

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Manter Israel em estado de guerra dá sobrevida ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que enfrenta há meses uma grave crise de credibilidade, amplificada pelos erros de segurança cometidos antes dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Protestos contra seu governo vem crescendo, e ele voltou a ser alvo de investigações e de pressões crescentes.

Os ataques israelenses, desta vez sem provocação, marcam uma escalada perigosa no tabuleiro geopolítico do Oriente Médio e coloca em xeque os esforços diplomáticos para evitar uma nova guerra na região.

A reação do Irã — e o posicionamento de Washington — devem definir os próximos capítulos dessa crise.

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Fonte: CNN Brasil

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